Instituições
Símbolos da República
O hino nacional, a bandeira e o busto que representam a República.

Bandeira da República Portuguesa

A bandeira da República portuguesa é retangular e divide-se em duas áreas: uma verde escura, junto à haste e com dois quintos da área total, e outra vermelha, do lado do batente, com três quintos da área total. O brasão nacional da República portuguesa (com escudo e esfera armilar) está centrado sobre a linha divisória.

A criação da bandeira da República portuguesa, bem como do Hino Nacional, foi decretada pelo Governo em 1910, pouco depois da implantação do regime, altura em que este decidiu constituir uma comissão encarregue da tarefa. Na altura, ainda no fervor da implantação da República, existia uma tendência para que a bandeira fosse azul e branca, enquanto outra defendia cores mais republicanas: verde e vermelho.

A comissão entretanto criada apresentou uma proposta que, embora sujeita a modificações e motivando acesos debates, foi aprovada, a qual insistia nas cores verde e vermelho, embora invertidas em relação às que deflagraram a 05 de outubro de 1910.

A escolha do vermelho deveu-se por ser, entre outros predicados, “combativa, quente, viril, por excelência”, enquanto o verde foi eleito por ser “a cor da esperança”. Sobreposto à união das duas cores, a bandeira da República portuguesa tem ao centro o escudo das armas nacionais, o qual está orlado de branco e assenta sobre a esfera armilar manuelina (amarelo e preto).

Pela maioria de um voto, o Governo aprovou o projeto da comissão a 29 de novembro de 1910, agendando para o seguinte dia 01 de dezembro a Festa da Bandeira, frente à Câmara Municipal de Lisboa, onde meses antes fora proclamada a República.

Hino Nacional
(…)
Heróis do mar,
nobre Povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
(…)

Já era um símbolo nacional quando, em 1911, “A Portuguesa” é proclamada pelo Governo republicano como Hino Nacional.

Esta obra - da autoria de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça - foi “oficializada” pelo povo aquando da revolução de 05 de outubro de 1910, embora já em 1890 tivesse sido “banda sonora” de outras revoltas, nomeadamente contra o Ultimatum inglês.

A Portuguesa é uma marcha que uniu a voz dos revolucionários do 31 de janeiro de 1891, merecendo por isso a mais veemente oposição dos monárquicos.

Em 1911, a Assembleia Constituinte proclamou A Portuguesa como Hino Nacional e quase meio século depois, em 1956, foi nomeada uma comissão para estudar a sua versão oficial, tantas que eram as variantes do Hino Nacional que se cantavam e tocavam.

A proposta desta comissão, aprovada pelo Governo em 1957, é a do Hino que está ainda hoje em vigor e que é executada nas cerimónias oficiais da República portuguesa e em outras circunstâncias especiais.

Busto Oficial da República

O Busto Oficial da República é da autoria de Francisco dos Santos e foi escolhido num concurso promovido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), em 1911. O seu original está exposto na CML, enquanto o gesso original desta obra encontra-se no Centro Cultural Casapiano, já que Francisco dos Santos era aluno da Casa Pia de Lisboa.

Apesar de ser este o busto “oficial”, um outro foi adotado como o rosto da República, apesar ter sido criado por Simões de Almeida, em 1908, dois anos antes da implantação da República.

A escolha por este busto deve-se, segundo algumas explicações históricas que correram nos últimos cem anos, ao facto da mulher representada por Simões de Almeida ser “mais portuguesa” e de incluir parte do colo feminino.

A mulher de Francisco dos Santos, para muitos “a mais bela”, é de rosto delicado e olhar sereno, ainda que determinado.

O busto de Simões de Almeida, mais “roliço”, é o que tem sido alvo de mais transformações que a arte e o engenho portugueses fizeram reproduzir até quase à exaustão, colorindo, vestindo e enfeitando e mil e uma maneiras.

O busto original de Simões de Almeida encontra-se na presidência da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, de onde o artista era natural.

Sandra Moutinho

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